Chegou mais um fim-de-semana e, após uma semana cansativa, tempo para reviews para o nosso Primavera. Hoje foi a vez de Albert Hammond Jr., com o bem recebido Yours To Keep de 2006, inscrever o seu nome na lista de artistas já ouvidos e avaliados por Sobrado e Mingos, vulgo Sobringos.
Para começar, vamos apresentar aos nossos leitores quem é este Albert Hammond Jr. E nem a sua nacionalidade é fácil de descrever. É americano, nascido em Los Angeles, filho de Albert Hammond, inglês nascido em Gibraltar, e de mãe argentina...e para mostrarmos o cidadão-do-mundo que este músico é, resta-nos dizer que foi em criança estudar para a Suíça. Será um poliglota, certamente. E foi na Suíça que conheceu um dos seus maiores amigos e colegas durante a sua carreira musical: Julian Casablancas, ídolo aqui do Mingos. E, com ele e com mais três músicos (todos eles com pelo menos duas nacionalidades), formou os já aqui avaliados The Strokes.
Yours To Keep é, então, o quarto disco da carreira de Albert Hammond Jr., o primeiro deles lançado a solo. Depois de Is This It, Room On Fire e First Impressions Of Earth, aquele que é um dos mais influentes guitarristas e criadores de riffs por excelência do século XXI decidiu aventurar-se sozinho e, temos de o dizer, com sucesso.
Conseguiu, com Yours To Keep, lançar um dos álbuns-sensação do ano de 2006, de onde sairam, também, discos muito bem-conseguidos, por exemplo, dos TV On The Radio ou dos Grizzly Bear, e que consagraram as bandas em questão. Da mesma forma, este álbum lançado pela Rough Trade foi também a confirmação de que Albert Hammond Jr. consegue ser bastante mais que um mero guitarrista dos Strokes.
Com um estilo que consegue diferir um pouco do que podemos ouvir nos registos da banda nova-iorquina, com um maior aroma pop, e com muito bem-conseguidas malhas como "In Transit" ou "Back To The 101" faz lembrar a melhor Indie Pop dos Television ou Guided By Voices, com um cheirinho a Jangle Pop à Shins em "Call An Ambulance", pode não ser um álbum memorável, mas é certamente um álbum indubitavelmente bom e que demonstra toda a qualidade musical do grande Albert Hammond Jr.
Análise individual às faixas: Começamos com “Cartoon Music For Super Heroes” com uma…despedida! “Good Night” e a música tem tudo a ver com o nome. Parece mesmo tirada de uma série animada! Interessante início. E continuamos com uma das melhores músicas do álbum. “In Transit” é uma excelente música, com um riff brilhante. Apaixona à primeira audição. “Everyone Gets A Star”, uma boa faixa, mas que baixa de qualidade desde a anterior. Normal, contudo. “Bright Young Thing” e um excelente início, muito lindo de se ouvir. A qualidade subiu novamente. “Blue Skies” e uma grande música artística. Como a carreira a solo de Julian, nada a ver a carreira de Hammond Jr. com a dos Strokes. Mesmo assim, a qualidade não baixa. Chegamos à faixa 6, e esta é a mais conhecida do álbum. “Back To The 101”, segundo single do álbum, e a melhor música do LP juntamente com a “In Transit”. “Call An Ambulance” é uma música mais calma, mas de um gajo friendzoned. Coitado dele! “Scared” e uma música algo monótona no início, mas que contém um final muito bom. “Holiday”, e estamos a acabar o álbum. Uma boa música, que não foge muito daquilo que foi o álbum. Mais um excelente fim de música, e começa “Hard To Live (In The City)”, uma brilhante composição musical. O final, mais uma vez, é essencial para perceberem o porquê de esta música ser muito boa. Um saxofone aleatório aparece. Mais um álbum analisado, mais uma boa descoberta. Um excelente álbum, que aconselhamos!
Nota para o Mingos: 9,4
Nota para o Sobrado: 8,8 Nota Média: 9,1
When the snows fall and the white winds blow, the lone wolf dies but the pack survives.
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Hoje é dia de clássico. E não é um clássico qualquer. É mais importante que um qualquer magnum-opus de um artista ou banda porque este é...O ÁLBUM, o único, do artista ou banda que hoje vamos ouvir e avaliar. Deixando-nos de rodeios, este é o saudoso Grace do já falecido Jeff Buckley, um dos singer-songwriters mais desvalorizados durante o seu tempo de vida, e que praticamente só conquistou a fama devido a um cover de "Hallelujah" de Leonard Cohen, presente neste álbum, e mesmo assim, bastante depois da sua morte no dia 29 de Maio 1997. A vida é injusta.
Concentrando-nos naquilo que Grace é representa, de referir que é um álbum que é a perfeita definição do próprio Jeff Buckley. Sentimentalista. Logo a abrir, nos primeiros versos de "Mojo Pin", Jeff dá-nos a entender o que canta ao longo do álbum: a sua dor e a sua necessidade de descobrir a essência da vida e do amor. Levando o ouvinte a viajar para outro mundo, este disco aparece-nos sob uma atmosfera intensa e sentimental, sendo esta faixa de abertura claramente uma das melhores malhas de um disco que tanto tem momentos a roçar o Noise como o Gospel, o Classic Rock, o Grunge ou a Folk. Nisso, Buckley conseguiu criar um álbum verdadeiramente único, tal como Grace o é na sua carreira.
O cantor norte-americano, filho da lenda Folk Tim Buckley, brinda-nos com uma voz absolutamente devastadora e bela, capaz de divagar por rumos completamente opostos como, por exemplo, a voz explosiva e agressiva em "Eternal Life" e o registo suave em "Lilac Wine". Com uma versatilidade fora do normal, o génio de Jeff Buckley emerge, também ele, na guitarra. É, claramente, um dos guitarristas mais subvalorizados que já ouvimos.
Outro dom notável do californiano era a sua aptidão para a escrita. Banhando as suas composições líricas nos sentimentos e na emoção, Buckley demonstrava expressar-se de uma maneira única e sublime. Maior exemplo deste seu dom será, seguramente, a memorável "Lover, You Should've Come Over", uma das suas mais conhecidas composições, e, para o Sobrado, uma das melhores músicas (nas duas componentes, lírica e melódica) de todos os tempos. Um orgasmo em forma de som.
Como tal, sentimento é a palavra de ordem de Grace. Como tal, o magnífico cover de "Hallelujah" do canadiano Leonard Cohen foi como que Jeff Buckley a dar a confirmação a todos de que o álbum era genuinamente intimista e emocional, certamente para facilitar a vida a quem anda à procura de pedras. Um álbum para quem, como nós, é apaixonado e acha que o amor é fodido, mas que é ao mesmo tempo aquilo que nos dá um motivo para aqui andarmos. "So Real", pá, so real.
Análise individual às faixas: Bora lá. "Mojo Pin" e contamos com um início bastante interessante. Excelente a variação de voz, de instrumental que o Jeff faz. Continuamos para "Grace", numa grande música, pessoalmente para o Mingos, melhor no EP "Live At Sin-É". Mesmo assim, a versão de álbum também é muito boa. "Last Goodbye" e mais uma sinfonia bonita, como Jeff nos habitua. Realça todo o sentimento do álbum. "Lilac Wine" e mais uma música toda ela nostálgica e melancólica. Não para. Passamos para uma bela composição (mais uma, repito) de Jeff. "So Real" e uma música, com um riff a tocar no psicadélico. Mas a letra..."And I couldn't awake from the nightmare, that sucked me in and pulled me under". Pensem um pouco na maneira como ele morreu. Passemos para coisas mais fixes! As duas melhores músicas do álbum de seguida! Primeiro, a cover de Cohen. "Hallelujah", uma cover divinal. Mas o melhor ainda está para vir... "Lover, You Should've Come Over" e é, como já foi dito, para nós, uma das melhores músicas de sempre. Ouçam, se ainda não ouviram. É o melhor que podemos dizer. "Corpus Christi Carol" e uma música algo...estranha. É mesmo a palavra certa, estranho. De seguida, vem uma malha grunge bem nice. "Eternal Love" faz-nos lembrar muito Pearl Jam. Menos a voz, claro. E acaba o álbum com "Dream Brother", uma música misteriosa no princípio, mas aos poucos vai-se mostrando. Um excelente álbum, que mostra a grandeza de Jeff.
Nota para o Mingos: 9,7
Nota para o Sobrado: 9,7 Nota Média: 9,7
"Ir ou estar no Dragão, é o mesmo que ir ou estar na casa e no coração de todos e cada um de nós, pois todos somos o Dragão, símbolo do nosso clube e da nossa cidade."
Que eu ainda não ouvi mesmo depois de lêr muitas vezes bem sobre ele :genius:
[INDENT][INDENT][INDENT][INDENT][INDENT][INDENT][INDENT][INDENT][INDENT][INDENT][INDENT]Temam o melhor (not) piloto de sempre [/INDENT][/INDENT][/INDENT][/INDENT][/INDENT][/INDENT][/INDENT][/INDENT][/INDENT][/INDENT][/INDENT]