Casa dos Desafios - Temporada 2014/15 - Vencedor: José Armando

[Sobrado]

Parte II

Quarta-Feira, 5 de Outubro 2016
Estádio Lokomotiv Moskva, Moscovo (Rússia)

Rússia 3-0 Canadá

Viajámos até à Rússia no início de 2015 para defrontarmos a selecção cujo país organizaria o Campeonato do Mundo de Futebol seguinte. Como tal, e mesmo estando a dois anos do início da prova, era um bom teste para avaliarmos as condições que poderíamos encontrar no país do vodka e das mulheres com dois metros. Depois de uma situação constrangedora, ao ter encontrado o meu Adjunto com três russas no quarto logo após o treino vespertino de adaptação ao estádio do Lokomotiv, vi também os meus jogadores subirem desinspirados ao relvado. Apesar de o resultado não espelhar o jogo dividido que acabou por ser, saímos da Rússia com 3 batatas na mala.

Terça-Feira, 11 de Outubro 2016
BMO Field, Toronto (Canadá)

Canadá 3-1 Taipé
Lucas Cavallini 12'
Liao Shih-Hsiung 87' (AG)
Simeon Jackson 90+3'

Regressados à nossa residência oficial, o BMO Field, vencemos facilmente Taipé por 3-1. Embora o golo sofrido a cerca de 10 minutos do final tenha sido completamente escusado, especialmente perante uma superioridade clara no número de remates perante os asiáticos (31 contra 4), a exibição foi boa apesar de pouco eficaz ofensivamente. Muitas oportunidades claras falhadas e muitos últimos passes mal medidos foram espelho da falta de tranquilidade que abalou a equipa. Apesar disso, vitória segura e, bem... foi apenas um amigável.




Convocatória:

Guarda-Redes:
1. David Monsalve (28 anos) AC Oulu
18. Milan Borjan (29 anos) Aalborg
21. Marco Carducci (20 anos) Vancouver Whitecaps

Defesas:
3. Ashtone Morgan (26 anos) Vancouver Whitecaps
4. Nana Attakora (28 anos) D.C. United
5. André Hainault (31 anos) St. Pauli
12. Luca Gasparotto (22 anos) Rangers
13. [VC] Atiba Hutchinson (34 anos) Besiktas
15. David Edgar (30 anos) Toronto FC
17. Marcel De Jong (31 anos) 1860 München
20. Doneil Henry (24 anos) Toronto FC
22. John Chiarot (19 anos) Toronto FC

Médios:
2. Samuel Piette (22 anos) Deportivo da Corunha
6. Gershon Koffie (26 anos) Montreal Impact
7. Russell Teibert (24 anos) Vancouver Whitecaps
8. [C] Will Johnson (30 anos) Portland Timbers
14. Johann Babin (19 anos) Luzern
16. Charlie Trafford (25 anos) HJK
19. Calum Ferguson (22 anos) Inverness

Avançados:
9. Lucas Cavallini (24 anos) Argentinos Juniors
10. Simeon Jackson (30 anos) Lekhwiya
11. Junior Hoilett (26 anos) Queens Park Rangers

Convocatória Completa (22 jogadores)

Resultados (Fase de Grupos):

Gold Cup 2017, Grupo B (1ª Jornada)
Quarta-Feira, 12 de Julho 2017
Soccer City Stadium, St. Louis (EUA)

Canadá 1-1 Guadalupe
Nana Attakora 36'

Para começar a Gold Cup, um tropeção dos valentes. Fizemos um dos piores jogos desde que assumi o comando do Canadá, contra uma Guadalupe surpreendentemente atrevida e que nos causou muito mais problemas do que tínhamos previsto. Péssimos na troca de bola e extremamente permissivos a defender, não fomos além de um empate perigoso frente ao adversário teoricamente mais fraco do nosso Grupo B e que nos podia colocar o apuramento em perigo.

Gold Cup 2017, Grupo B (2ª Jornada)
Sábado, 15 de Julho 2017
ABC Chemical Stadium, Cleveland (EUA)

EUA B 1-3 Canadá
Will Johnson 42' 90'
Simeon Jackson 86'

Perante adeptos ilustres na bancada a acompanhar a equipa da casa, nomeadamente os tri-campeões da NBA pelos Cleveland Cavaliers, a saber o melhor jogador da história do basquetebol, LeBron James, acompanhado pelos seus colegas de equipa Kyrie Irving, Kevin Love, D'Angelo Russell e Thon Maker, defrontamos novamente os Estados Unidos... mas desta vez a equipa B. E ainda bem: com uma equipa a precisar de uma vitória confortável após o desaire desmotivante frente a Guadalupe na 1ª Jornada do grupo, defrontamos os que sobraram de uns norte-americanos que tinham os seus melhores jogadores na Taça das Confederações e vencemos bem. Estivemos sempre por cima, e embora os EUA B tenham chegado a assustar com um golo aos 84, voltamos novamente ao comando com dois golos nos últimos 5 minutos. Muita garra!

Gold Cup 2017, Grupo B (3ª Jornada)
Terça-Feira, 18 de Julho 2017
Columbus Crew Stadium, Columbus (EUA)

El Salvador 1-1 Canadá
Will Johnson 77'

Não precisámos de sair do estado do Ohio para defrontar El Salvador... e para sair da casa do Columbus Crew com um melão de todo o tamanho. Fizemos provavelmente um dos nossos melhores jogos enquanto selecção: fomos absolutamente dominadores a meio-campo, fizemos 42 (!) remates, 15 dos quais à baliza defendida por Taffar... perdão, por... Josué Coreas? Uma exibição absolutamente ridícula do guardião do poderosíssimo Aguila negou-nos uma goleada e, pior que isso, quase nos colocou em risco o apuramento. Quando finalmente aos 77 minutos Will Johnson bateu Coreas, tudo pareceu resolvido. Mas, no que culminou no meu maior acesso de raiva enquanto treinador do Canadá, Miguel Ochoa marcou na sequência de um canto. Ah, as bolas paradas... Felizmente, apesar do resultado, apurávamo-nos em 2º lugar para os Quartos-de-Final.

Classificação dos Grupos:

No Grupo A avançavam sem surpresas Jamaica e Honduras, com o Haiti a apurar-se também para os Quartos-de-Final por ser um dos dois melhores terceiros classificados. Mesmo no Grupo C, o "grupo da morte", os três candidatos à passagem venceram os seus jogos respectivos contra a fraca Nicarágua e assim avançaram também para os Quartos.

Já no nosso Grupo B, podíamos ter alcançado o primeiro lugar do grupo com facilidade, não fossem os escorregões completamente evitáveis frente a Guadalupe e El Salvador. Ainda assim, tínhamos garantido e passagem e iríamos defrontar as Honduras nos Quartos-de-Final.

Resultados (Fase a Eliminar):

Gold Cup 2017, Quartos-de-Final
Domingo, 23 de Julho 2017
Houlihan's Stadium, Tampa (EUA)

Canadá 4 (12)-(11) 4 Honduras
Lucas Cavallini 32' 81' 94'
Johann Babin 48'

FUTEBOL ESPECTÁCULO! Bem, ou isso ou uma péssima performance defensiva de ambas as partes. Sim, é mais a segunda.

Depois de já na Gold Cup 2015 termos levado com um adversário difícil como o México nos Quartos-de-Final, agora calharam-nos as Honduras na rifa. Apesar de termos um histórico positivo contra os hondurenhos, sabíamos que era um adversário muito complicado e que nos colocaria muitos problemas. Esses mesmos começaram logo à passagem do quarto de hora, quando nos vimos em desvantagem. Reagimos, e no início do 2º Tempo já estávamos em vantagem. Por outro lado, naquele que foi um jogo absolutamente enervante, as Honduras deram novamente a volta ao marcador (por Darixon "Jogador Cinzento" Vuelto, que bisou), e só a nove minutos do fim Lucas Cavallini (que fez um hat-trick) conseguiu levar o jogo para o prolongamento.

Começamos muito bem. Cavallini completaria o seu hat-trick logo no quarto minuto do prolongamento. A jogar mais na expectativa, não conseguimos suster a velocidade do ataque hondurenho, e Alberth Elis adiou todas as decisões para a lotaria dos penalties.

Se o jogo em si já me tinha deixado com os meus poucos cabelos em pé (relembro que Luís Sobrado, com 40 anos, sofre de calvície), só faltava a marcação de penalties ser como foi: entrou um, entrou dois, entraram três... depois já tinham entrado dez... entraram vinte e um, por amor de Deus! Felizmente, já depois de até os guarda-redes terem marcado com sucesso o seu penalty, Johnny Palacios falhou. Respirei de alívio e pus a minha mente bem longe dali.

Gold Cup 2017, Meias-Finais
Quinta-Feira, 27 de Julho 2017
Paul Revere Field, Boston (EUA)

Canadá 1 (3)-(2) 1 Jamaica
Atiba Hutchinson 26'

Muito desgastados depois de um jogo de 120 minutos, defrontámos a Jamaica, que vinha a jogar um excelente futebol. Já teria estado certamente mais confiante: estávamos tacticamente desafinados, perdulários em frente à baliza e descoordenados a defender. Desta vez, fomos novamente felizes. Mas não sem muito trabalho.

O objectivo principal era marcar primeiro. Colocar-nos em vantagem, obrigar o adversário a assumir o risco e a podemos "descansar" sem bola, jogando mais na expectativa, para depois desferir um contra-ataque mortífero que nos desse o golo da tranquilidade. Na teoria funcionou... mas só até ao minuto 82. Novamente na sequência de um canto, Adrian Mariappa deu o empate aos jamaicanos e levou novamente o jogo para um prolongamento.

Pensei que a equipa não ia aguentar. Apesar de ter feito substituições e de ter rodado a equipa depois do confronto super exigente física e emocionalmente contra as Honduras, toda a equipa estava muito cansada. Afinal de contas, só tínhamos tido três dias de descanso. Mas, guerreiros como somos, aguentámos até aos penalties. Aí, tudo se resolveu bem mais rápido do que nos Quartos: nem precisámos de marcar o quinto penalty. Vencemos 3-2 e estávamos novamente na final... Conseguiríamos repetir o feito histórico de 2015?

Gold Cup, Final
Domingo, 30 de Julho 2017
Tad Gormley Stadium, Nova Orleães (EUA)

Canadá 3-1 Trinidade e Tobago
Russell Teibert 37'
Calum Ferguson 100'
Simeon Jackson 105+1' (GP)

Nem podia acreditar que estávamos novamente na final. Depois de vermos o México deslizar nos Quartos-de-Final e com a ausência "forçada" dos EUA da prova, sentimos que o caminho podia muito bem estar aberto. Sobrevivemos a duas eliminatórias muito complicadas e que só vencemos nos penalties. Demasiada coisa junta para não vencermos de novo a Gold Cup, não estou certo?

A verdade é que fizemos tudo para o conseguir. Naquele que foi um jogo de sentido único, acho que ainda não sabemos como chegámos ao final do tempo regulamentar com um empate a uma bola. Ou então sabemos: tal como já tinha acontecido contra El Salvador, vimos um guarda-redes adversário "engatar" perante os 19 remates à baliza (!) e 38 no total (!!!) com os quais incomodamos a baliza de Trinidade e Tobago.

Trinidade e Tobago marcou aos 12 minutos e a partir daí só defendeu. Mesmo antes da 1ª Parte chegámos ao empate por intermédio de Russell Teibert, o que parecia um bom sinal. Mas, só muitos minutos depois, aos 100 (que curiosamente simboliza, em percentagem, o que os nossos jogadores deram em campo) e, depois, em cima do final da 1ª Parte do prolongamento. Vitória sofrida (ainda para mais sendo este o terceiro jogo consecutivo a acabar meia hora depois dos 90 minutos), mas justa e muitíssimo saborosa. Mais uma Gold Cup já cá canta!

Jogo de 3º e 4º Lugar:

Final:

Prémios:

Ao contrário do que aconteceu na Gold Cup 2015, desta vez não dominámos de forma tão clara os prémios finais da prova continental da CONCACAF. Aliás, de forma algo injusta, ou pelo menos estranha, não ficámos com nenhum dos prémios principais.

Melhor Jogador: Giovani dos Santos, México (Classificação Média de 7.95)
Melhor Marcador: Joel Campbell, Costa Rica (4 golos em 4 jogos)
Melhor Guarda-Redes: Guillermo Ochoa, México (4 golos sofridos em 6 jogos)
Golo do Torneio: Keon Daniel, Trinidade e Tobago (vs. Nicarágua)

Já na Dream Team, quatro jogadores canadianos marcaram presença.




Quarta-Feira, 15 de Novembro 2017
Estádio Truman Bodden, George Town (Guiana)

Ilhas Caimão 0-4 Canadá
Kyle Bekker 20' 40' 79'
Lucas Cavallini 54'

Já há muito tempo que o meu adjunto me andava a dizer que seria uma boa ideia organizar um amigável contra as Ilhas Caimão. Idiota, fui dizer que sim. Sabia lá eu que o homem queria abrir uma conta offshore. A verdade é que, à chegada à ilha, dirigi-me com ele ao banco. Como é óbvio, toda a selecção de futebol é composta por funcionários do Banco Nacional das Ilhas Caimão. Assim como 90% da população. Fomos atendidos por um muito simpático lateral direito internacional, que admitiu facilitar no dia a seguir caso o meu adjunto lhe desse uma "comissãozinha". Assim fez, uma vez que 100 mil dólares das Caimão correspondem a 3 dólares canadianos.

Até à hora do jogo, o lateral direito das Caimão apareceu misteriosamente assassinado. A única prova era uma carteira sem qualquer documento de identificação, apenas com dois peculiares objectos: três porta-chaves. Todos de clubes de futebol: um do Parma XXI (também conhecido como Parma Fénix), outro do Celta de Vigo e outro ainda do Sporting de Espinho, com uma caveira desenhada por cima.

Como os directores do banco deram o dia aos funcionários devido ao luto na empresa, nenhum deles nos pôde ligar as luzes do estádio (também são eles os caseiros do estádio), por isso dirigimo-nos a um estádio próximo. De avião. O mais próximo que estava disponível (quarta-feira é dia de folga semanal no Caribe. Assim como todos os outros dias da semana) era em Guiana, já no continente sul-americano. Mas não nos importamos: chegámos, vimos e vencemos com um hat-trick surpreendente do pouco utilizado Kyle Bekker!

Após o fim do jogo, Kyle Bekker anunciou a sua despedida da selecção. Viu-se envolvido num misterioso processo de evasão fiscal e assassinato de um funcionário do Banco Nacional das Ilhas Caimão.

Durante a apresentação dos resultados, foi-me pedido pelo Adjunto que não revelasse o seu nome em nenhuma ocasião. Como ele provavelmente estará por esta a beber numa boîte de Montréal, revelo-o já: [USER=192]@Daniel Ferreira[/USER], arcozelense de gema, como o esquilo que devora a pinha verde.

Sexta-Feira, 17 de Julho 2017
Estádio Guillermo Trinidad, Oranjestad (Aruba)

Aruba 0-3 Canadá
Simeon Jackson 15' 31'
Junior Hoilett 22'

Depois da peripécia nas Ilhas Caimão, viajámos tranquilamente até Aruba e descansámos numa das paradisíacas praias desta antiga colónia holandesa, terminando assim o ano de 2016. Apesar do escaldão, Marcel De Jong assistiu Simeon Jackson para os dois golos do recordista canadiano na matéria e Junior Hoilett também inscreveu o seu nome na lista de marcadores.




Terça-Feira, 27 de Março 2018
Estádio Thomas Robinson, Nassau (Bahamas)

Bahamas 0-6 Canadá
André Hainault 13' 22'
Tosaint Ricketts 26' 30' 34'
Johann Babin 76'

Para começar 2018 nada melhor do que uma boa malha. A pouco mais de dois meses do início do Campeonato do Mundo de 2018, tínhamos quatro jogos de preparação pela frente, e o primeiro deles... foi como um jogo-treino. Ao intervalo já ganhavamos por 5-0, após uma 1ª Parte marcada pelo hat-trick de Tosaint Ricketts em 8 minutos. Não tem muitas oportunidades, devido à concorrência de Jackson e Cavallini, mas quando as tem aproveita-as bem: prova disso são os seus 10 golos em 16 jogos. Até final mais um golo do jovem Babin, que marcava pontos na corrida pela convocatória para o Mundial.

Segunda-Feira, 28 de Maio 2018
BC Place, Vancouver (Canadá)

Canadá 5-1 Sérvia
Calum Ferguson 31'
Lucas Cavallini 51'
Junior Hoilett 43' 64'
Matías Laba 90+1'

Já à entrada do mês de Junho, o primeiro dos três jogos de verdadeira preparação para o Mundial da Rússia de 2018. Viajámos para Vancouver, deixando a nossa habitual casa em Toronto, para nos aproximarmos do clima que encontraríamos por terras do vodka, dos ursos e dos czares.

E foi um jogo que deixou muita água na boca. Frente a um adversário complicado, embora não tivesse conseguido o apuramento para o Mundial, e que contava com nomes como Lazar Markovic, Luka Jovic ou Andrija Zivkovic, fizemos uma das nossas melhores exibições. Futebol bonito, rápido, rendilhado, e muitos golos para amostra. A continuar assim... Destaque para o primeiro golo na primeira internacionalização para Matías Laba, jogador nascido na Argentina e há largos anos a representar o Vancouver.

Sábado, 2 de Junho 2018
BMO Field, Toronto (Canadá)

Canadá 2-0 Andorra
Simeon Jackson 21'
Jason Paiva 72'

Já no mês de Junho, sentíamos a Rússia cada vez mais perto. Certamente ébrio, o adjunto Daniel Ferreira achou que Andorra seria um adversário capaz de nos colocar dificuldades e assim preparar-nos para o Mundial. Não o era. Mas isso não significa que tenhamos passeado em campo. Embora só tenham feito um remate, defenderam bem e estacionaram o TGV à frente da baliza. Marcamos em duas ocasiões e seguimos com três vitórias em outros tantos amigáveis pré-Mundial.

Quarta-Feira, 6 de Junho 2018
BMO Field, Toronto (Canadá)

Canadá 2-1 Grécia
Marcel De Jong 7'
Alexis Tabakis 90'

Agora sim, um adversário de categoria e que nos poderia causar problemas. Tal como nós, a Grécia iria estar presente no Mundial da Rússia e veio jogar a Toronto montando a sua estratégia habitual. Futebol pachorrento, defensivo, mas muito organizado e perigoso no contra-ataque e bolas paradas. Foi um jogo muito dividido a meio-campo, no qual nos adiantamos logo aos sete minutos e dominámos durante a primeira hora de jogo. Imediatamente após tomar as rédeas do encontro, a Grécia marcou por Papastathopoulos e devolveu-nos o controlo do encontro. Já aos 90 minutos, Tabakis inseriu a bola na sua própria baliza e deu-nos a vitória num encontro que valeu muito mais pelo aumentar da intensidade necessária para o Mundial do que pelo resultado em si.




Convocatória:

Guarda-Redes:
1. David Monsalve (29 anos) AC Oulu
21. Marco Carducci (21 anos) Vancouver Whitecaps
23. Ryan Zamora (25 anos) Sem Clube

Defesas:
3. Ashtone Morgan (27 anos) Vancouver Whitecaps
5. André Hainault (32 anos) St. Pauli
12. Luca Gasparotto (23 anos) Rangers
13. [VC] Atiba Hutchinson (35 anos) Besiktas
15. David Edgar (31 anos) Toronto FC
17. Marcel De Jong (32 anos) 1860 München
20. Doneil Henry (25 anos) Toronto FC
22. John Chiarot (20 anos) Toronto FC

Médios:
2. Samuel Piette (23 anos) Lekhwiya
[B]4. [/B]Russell Teibert (25 anos) Vancouver Whitecaps
6. Gershon Koffie (27 anos) New England Revolution
7. Jason Paiva (20 anos) Toronto FC
8. [C] Will Johnson (31 anos) Portland Timbers
14. Johann Babin (20 anos) Paris Saint-Germain
16. Matías Laba (26 anos) Vancouver Whitecaps
18. Jonathan Osorio (26 anos) Toronto FC
19. Calum Ferguson (23 anos) Inverness

Avançados:
9. Lucas Cavallini (25 anos) Argentinos Juniors
10. Simeon Jackson (31 anos) Lekhwiya
11. Junior Hoilett (27 anos) Querétaro

Convocatória Completa (23 jogadores)
Não consta da lista da Convocatória Completa o jogador Marcel De Jong, uma vez que se lesionou poucos dias antes da competição começar e não pôde ser substituído.

Resultados (Fase de Grupos):

Campeonato do Mundo Rússia 2018, Grupo F (1ª Jornada)
Terça-Feira, 19 de Junho 2018
Otkritie Arena, Moscovo (Rússia)

Itália 1-1 Canadá
Alessio Romagnoli 73' (AG)

Tinha finalmente chegado um dos dias mais históricos do futebol canadiano. Marcaramos a nossa segunda presença num Campeonato do Mundo de Futebol desde 1986, quando, no México, não tínhamos ido além de uma mera presença na Fase de Grupos, sem marcar qualquer ponto. Ainda assim, dado o panorama do futebol no Canadá na altura, já tinha sido um enorme resultado conseguir o apuramento. Agora em 2018, mais de 30 anos depois, partíamos com mais ambições, apesar do grupo complicado que nos colocaria frente-a-frente com Itália e Holanda (dois históricos), e uma das melhores selecções africanas, os Camarões.

Defrontamos na 1ª Jornada uma Itália tetra-campeã do Mundo mas que no último Europeu não teria ido além dos Oitavos-de-Final. Deixámos a squadra azzurra ter o comando do jogo, mas naquele meio-campo só Verratti nos estava a conseguir colocar dificuldades. No contra-ataque fomos criando perigo em algumas ocasiões e defensivamente parecíamos muito seguros apesar do domínio italiano.

A cerca de vinte miutos do final, o que seria para muitos impensável há poucos anos atrás acabou mesmo por acontecer. Jogada rápida de Hoilett pela direita, overlap de Hutchinson, cruzamento, remate de Johnson que bate em Romagnoli e... golo! Não nos podíamos desconcentrar nestes minutos que faltavam para o final do jogo.

Mas, a dez minutos do fim, o empate chegou. Os italianos vieram com tudo para cima de nós e acabamos por lhes oferecer um penalty, cometido por Matías Laba sobre Marco Verratti. Jorginho converteu e até final uma oportunidade para cada lado, que nada mudaram no resultado final. Bravo, Canadá!

Campeonato do Mundo Rússia 2018, Grupo F (2ª Jornada)
Domingo, 24 de Junho 2018
Kazan Arena, Kazan (Rússia)

Canadá 2-2 Camarões
Lucas Cavallini 36' (GP)
Calum Ferguson 80'

Jogo ingrato. Depois de um empate surpreendente contra a Itália, jogávamos tudo na 2ª Jornada frente aos Camarões. Uma vitória colocar-nos ia à beira de um histórico apuramento. Fomos novamente controlados nas saídas para o ataque, não nos precipitando e permitindo que os Camarões tivessem mais bola mas sem chegar com grande perigo à baliza onde estava Ryan Zamora.

Aos 36 minutos, Cavallini colocava-nos em vantagem com um golo de grande penalidade. A partir daí, aumentou a pressão dos camaroneses, especialmente durante toda a 2ª Parte. Num lance de contra-ataque chegámos ao 2-0 por Calum Ferguson o que me deixava, apesar de tudo, tranquilo: faltavam 10 minutos para o fim e tínhamos uma vantagem aparentemente segura de dois golos. Aparentemente.

Três minutos depois do 2-0, reviravolta total. Expulsão do nosso David Edgar por acumulação de amarelos (os únicos que tivemos em toda a partida...), que até aí estava a fazer uma exibição irrepreensível. A partir daí, valeu o talento e sentido de oportunidade de Aboubakar. Primeiro, aos 85 minutos, aproveitou uma bola a "pingar" na nossa área e colocou-nos a vitória em xeque. Depois, para meu total desespero, já para lá dos 93 minutos, aproveitou um erro de Gershon Koffie e empatou a partida. Levei as mãos à cabeça. Estivemos tão perto... Tudo se jogava na última jornada.

Campeonato do Mundo Rússia 2018, Grupo F (3ª Jornada)
Quinta-Feira, 28 de Junho 2018
Estádio Rostov, Rostov-na-Donu (Rússia)

Holanda 5-5 Canadá
Junior Hoilett 7' 25' 57'
Russell Teibert 62'
Jason Paiva 86'

Absolutamente. Épico.

Não falo só do jogo em si, mas de tudo o que envolveu. Passo a explicar: à partida para a última jornada da Fase de Grupos, Holanda liderava com 4 pontos. Canadá e Camarões empatados no 2º lugar com dois pontos, resultantes de dois empates. Itália tinha perdido com os holandeses, e por isso fechava o grupo com apenas um ponto. Todos podiam passar. De mencionar que, em caso de igualdade pontual no final, valiam a diferença de golos e os golos marcados.

Quanto ao jogo em si: foda-se. Começamos a vencer aos 7 minutos com um golo de Hoilett. Sentimos que era possível, mas faltava muito tempo e já tínhamos desperdiçado por duas vezes a vantagem no marcador neste Mundial. Zivkovic empatou aos 14. Lens fazia o 2-1 aos 18 minutos. Hoilett bisava aos 25, 2-2. Em vantagem no grupo, devido ao 0-0 que se mantinha no Camarões vs. Itália, continuámos confiantes. Até que... em cima do intervalo, 3-2, novamente Zivkovic.

Chegava o intervalo. Tentei tranquilizar a equipa, especialmente os defesas, que muito sentiam a falta do patrão David Edgar. Entramos com tudo na 2ª Parte e mais uma vez Hoilett fez o golo do empate aos 57 minutos... e que golo! Sentou Douglas e De Vrij e fuzilou a baliza de Krul para confirmar o seu hat-trick. De pouco valeu o esforço: novamente, dois minutos depois, a nossa besta negra, Zivkovic. Hat-trick e 4-3. Três minutos depois, 4-4 por Russell Teibert. Estava à beira do meu primeiro ataque cardíaco.

E sabia lá eu o que aí vinha. 5-4 por Zivkovic. Impressionante, já ia no poker. E, para piorar o cenário, golo de Itália em São Petersburgo, que nos colocava afastados do Mundial da Rússia. Até que, quem nos lixou a vida no jogo anterior, pareceu dar-nos o primeiro sinal de esperança. Aboubakar! Empatava o jogo no outro estádio, deixando-nos a um golo só de voltarmos a estar em posição favorável a cerca de 15 minutos do final dos dois jogos.

Os minutos passavam: faltavam 15, depois 10, depois 9, 8, 7, 6... 5 minutos. E foi aí que veio ao de cima o génio de Jason Paiva. Pressionávamos com tudo a área holandesa: Hutchinson cruza, Teibert recebe, passe atrasado e... GOLO! Jason Paiva dava-nos o golo do empate e do apuramento. E provavelmente, com aquele remate à entrada da área, carimbou o mais fantástico resultado da história do futebol canadiano. Muitas ameaças de AVCs, ataques cardíacos e colapsos nervosos depois... Estávamos nos Oitavos!

Estava tão orgulhoso da equipa que até cometi o pecado que foi abrir um pacotinho de biscoitos de canela. Valeu a pena.

Classificação dos Grupos:

Grupos A, B e C: Destaque para a fraca prestação da equipa da casa no Grupo A. Embora tivessem um grupo difícil, esperava-se mais competitividade da selecção russa. No Grupo B, nenhuma surpresa: França e Inglaterra a avançarem sem problemas. Quanto ao Grupo C, um dos mais fracos do Campeonato do Mundo 2018, Polónia e Colômbia a deixarem o Irão e a Argélia pelo caminho.

Grupos D e E: No Grupo D, surpreendentemente apuramento do Japão e Bósnia, deixando pelo caminho a Irlanda e, de forma ainda menos previsível, o Uruguai. No Grupo E, dois dos candidatos à vitória e já campeões do Mundo, Alemanha e Brasil, avançaram também para os Oitavos-de-Final.

Grupo F: Conseguimos o feito histórico de nos qualificar para os Oitavos-de-Final do Mundial e ainda deixámos a campeã do Mundo Itália pelo caminho. Fomos uma das maiores surpresas da Fase de Grupos.



Grupos G e H: Nos Grupo G, a Dinamarca fez companhia à favorita Argentina na passagem à fase seguinte, deixando de fora a Coreia do Sul e uma desinspirada Costa do Marfim. No Grupo H, o último, Grécia e Bélgica passaram sem surpresas aos Oitavos-de-Final, com destaque para uma má performance dos Estados Unidos.

Resultados (Fase a Eliminar):

Campeonato do Mundo Rússia 2018, Oitavos-de-Final
Segunda-Feira, 2 de Julho 2018
Estádio Rostov, Rostov-na-Donu (Rússia)

Canadá 3-4 Alemanha
Simeon Jackson 35' 39'
Junior Hoilett 70'

Como não ficar orgulhoso dos meus rapazes mesmo depois de uma derrota?

Ainda que muito desgastados depois de um jogo de loucos, incrivelmente intenso a nível físico e emocional, os jogadores do Canadá deram novamente 110% em campo. Frente à dificílima, embora "cinzenta", Alemanha, mais um jogo de garra, luta incondicional e disputa de todos os lances como se fossem os últimos. Mas também foi um jogo de muitas, embora desculpáveis, desatenções defensivas.

Depois de practicamente começarmos o jogo a sofrer, ninguém diria que um bis de Simeon Jackson nos faria estar em vantagem aos 39 minutos. Estávamos a jogar bem, a não deixar a Alemanha chegar à nossa área com perigo e, melhor ainda, a concretizar as oportunidades. O que é certo é que logo após o intervalo os germânicos empataram, e dez minutos após o reatar da partida estavam de novo na frente.

Comecei a ver a minha vida a andar para trás. Estava a ver que podia sair dali um jogo semelhante ao confronto na última jornada do grupo frente à Holanda. Até que... empatamos novamente! Hoilett, em grande forma, fazia o 3-3 a vinte minutos do fim.

Para meu desalento, o 4-3 final favorável aos alemães surgiu nem dez minutos após o nosso empate. Confirmaram a passagem aos Quartos-de-Final aos 79 minutos e ditaram assim o nosso afastamento do Mundial da Rússia. Ditava, também, o fim da minha carreira enquanto seleccionador canadiano, depois do percurso histórico e emocionante que fomos traçando ao longo de quatro anos de muito trabalho e perseverança.

Nos dois grandes jogos dos Oitavos-de-Final, destaque para a vitória da Espanha frente à França e da eliminação do Brasil aos pés da Holanda.
Nota ainda para a eliminação da Colômbia frente a uma das sensações da prova, o Japão.

Quartos-de-Final:

No jogo de cartaz dos Quartos-de-Final, goleada argentina frente à Holanda, com uma exibição fantástica de Lionel Messi e Eduardo Salvio.
Destaque ainda para a derrota da Alemanha frente à Dinamarca, na marcação de grandes penalidades.

Meias-Finais:

Já na fase decisiva do Mundial, a Argentina venceu com um golo no prolongamento de Lionel Messi uma das grandes candidatas à vitória, a Espanha.
No outro jogo, a Inglaterra a confirmar o percurso extremamente sólido que conseguiu durante toda a prova, e a apurar-se também para a grande final, a disputar-se em São Petersburgo.

Jogo de 3º e 4º Lugar:

Num jogo que serviu de "prémio de consolação", a Espanha venceu a Dinamarca por 3-1 e alcançou o 3º lugar no Rússia 2018.

Final:

Na grande Final, vitória por 2-0 da Argentina frente à Inglaterra. Depois de em 2014 ter chegado à Final e ter perdido frente à fortíssima Alemanha, quatro anos depois o troféu não escapou aos argentinos de Messi e companhia.

Prémios:

Como é natural, não figurámos na galeria dos vencedores dos Prémios do Campeonato do Mundo da Rússia. A maioria dos prémios foi atribuída, com justiça, a jogadores das selecções que mais longe chegaram no Mundial 2018, nomeadamente Argentina, Espanha e Inglaterra.

Melhor Jogador: Eduardo Salvio, Argentina (Classificação Média de 8.32)
Melhor Marcador: Diego Costa, Espanha (11 golos em 7 jogos)
Melhor Jovem Jogador: Richairo Zivkovic, Holanda (Classificação Média de 7.82)
Melhor Guarda-Redes: Jerónimo Rulli, Argentina (2 golos sofridos em 7 jogos)
Golo do Torneio: David Meyler, Irlanda (vs. Japão)
Dream Team

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E assim terminava a minha aventura no Canadá. Duas Gold Cup na bagagem, um apuramento para o Mundial e uns Oitavos-de-Final honrosamente perdidos para a Alemanha. Estava orgulhoso do futebol que tinha posto o Canadá a jogar, mesmo sem uma grande matéria-prima. De notar que alcancei o 24º lugar do ranking com uma selecção que, quando nela peguei, estava perdida no 101º lugar.

Desculpem-me o tamanho disto tudo. É maior que algumas teses de mestrado. Obviamente que não espero que tenham lido tudo, embora vos aconselhe, visto que vos posso insultar nas entrelinhas e isso vos estar a escapar por não abrirem todos os spoilers!!1!!1

Não posso deixar escapar jogos absolutamente épicos como os Quartos-de-Final da Gold Cup 2015 e 2017 contra o México e Honduras, respectivamente, e... bem, creio que todos os jogos que disputei no Mundial 2018 tiveram o seu quê de espectacular e emocionante.

Anyways, foi um save que me deu imenso prazer fazer. Entretanto, mal terminou o Mundial, decidi demitir-me e sair "pela porta grande". Adicionei algumas ligas europeias e tenciono encontrar um clube onde continuar a carreira. De parte coloco a opção de voltar a treinar uma selecção nos próximos anos, sendo que até rejeitei convites de Itália e Brasil.

Em suma, gostei muito do desafio e que venham mais. Cumps!