O Cromo dos Cromos

[Sobrado]

Admiradores assumidos das curiosidades futebolísticas e eternamente nostálgicos, eu, o [USER=192]@Daniel Ferreira[/USER], o [USER=2]@Mingos[/USER] e o [USER=4]@leo218[/USER] decidimos prestar a nossa homenagem a um dos melhores blogs nacionais que partilha do nosso saudosismo.

O Cromo dos Cromos, ideia original de Pedro Ferreira, é um blog dedicado a vasculhar e desencantar do baú algumas das mais icónicas personagens (vulgo "cromos") do futebol internacional, com principal incidência no futebol português, sendo que, tal é a espectacularidade de algumas delas, decidimos partilhar algumas destas maravilhosas estórias convosco.

Tentaremos esporadicamente ir publicando os "cromos" que foram alvo de análise no Blog, para que fiquem a conhecer personagens quase mitológicas do gabarito de Balacó ou Caio Cambalhota.

Bons regressos ao passado!


Aqui vemos o mítico Dinis Sandokan entrar de forma absolutamente imperial à bola dominada por Paulo Sousa.

[SPOILER=Lista de Cromos]
Semana #1
1. Balacó
2. Jorge Jesus
3. Manuel José
4. Caio Cambalhota
5. Ferenc Mészáros
6. António Fidalgo
7. Albertino
8. José Rachão
9. Reinaldo
10. Joaquim Rocha

Semana #2
11. Cavungi
12. Juary
13. Mário Reis
14. André
15. Virgílio
16. Zandonaide
17. Toni Conceição
18. Pedro Xavier
19. Barradas
20. Tibi

Semana #3
21. Padinha
22. Cabumba
23. Malheiro
24. Inácio
25. Cepeda
26. União de Tomar (1975/76)
27. Barbosa
28. Brito
29. Eduardinho
30. Babalito[/SPOILER]

Cromos da Semana:

Semana #1: Jorge Jesus
Semana #2: André
Semana #3: A decorrer

[Dani]

Melhor blog de sempre.

[leo218]

Mágico tópico omg !

[Sobrado]

O Cromo dos Cromos | Semana #1:

Cromo nº 1: Balacó

Só o nome merecia um memorial. Ba-la-có. Quando se ouvia este nome na constituição da equipa, havia logo sorrisos. O Balacó era assim mesmo, era um mito dos cromos da bola. Eu vi o Balacó jogar quando ele estava a espalhar porrada e sarrafada no pelado do campo do Benfica de Castelo Branco. O homem era terrível. Era um defesa intratável. Por ele ou passava a bola ou o jogador. Nunca os dois em simultâneo. Normalmente, ficava o jogador... agarrado a uma das canelas. Depois foi jogar para a primeira divisão. Fez carreira no Espinho e no Portimonense. Quem seguiu o pontapé na bola lusitano, por meados da década de 80, lembra-se deste cromo. Com toda a honra, é o cromo que inaugura esta colecção.
Eis o Balacó.

[SIZE=4]Cromo nº 2: Jorge Jesus[/SIZE]

Jesus! É o Jorge Jesus. Este cromo, como treinador, é inigualável no estilo. É pouco ortodoxo nos métodos de treino e é um caso raro na utilização da língua de Camões.
Jorge Jesus também foi jogador da primeira divisão. Não era uma vedeta, era de nível médio, passou por vários clubes (lembro-me de o ver jogar no Setúbal), mas o que poucos sabem é que este cromo jogou no Grupo Desportivo Riopele (1977), quando esta mítica “agremiação” (deixem-me utilizar o jargão da “bola”, pois é uma oportunidade única) utilizava, como “parque de jogos” (assim se dizia nos idos anos 70), o “Campo José Dias de Oliveira”. Ei-lo, Jorge Jesus, o estilo é o mesmo (reparem na ligeira, mas precisa, inclinação da cabeça, e nas mãozinhas na anca, num misto de peixeira com forcado), mas a cabeleira ainda não estava inteiramente branca. O rapaz já à época tinha pinta. Não sei de quê, mas lá que tinha pinta… isso tinha. Ou melhor, tinha pinta de 'pintas'. Para ti, Jorge Jesus, um grande obrigado por seres como és. Sem ti, o futebol português seria menos divertido.
Sem ressentimentos, aqui fica um post cheio de caneladas… como as que tu levavas e davas.

Cromo nº 3: Manuel José

Há os bons treinadores, há os maus treinadores, há os treinadores de bancada (entre os quais me incluo), há os treinadores de bancada que um dia deixaram descer ao relvado (entre os quais está o Luís Campos), e depois há o Manuel José. Vozinha esganiçada, ligeiramente em falsete, foi o pior treinador que eu vi no meu Benfica (Csernai incluído). Manuel José foi um jogador fracote; como ele próprio reconhece. Foi júnior no Benfica e penso que ainda fez um (1) jogo como sénior. Depois andou por aí a “correr” clubes e a “ser corrido” dos mesmos.
Como treinador é um mestre do contra-ataque, aliás em Portugal essa é a única táctica que se lhe conhece. Ficou ligado aos 7-1 do meu Benfica em Alvalade, tendo, nessa época, o Benfica sido campeão e o SCP ficado em terceiro lugar. Passou, salvo erro, pelo Espinho, Portimonense, Guimarães, Benfica, Leiria e Boavista (cito de memória, sabendo que faltam aqui alguns e que esta não é a ordem cronológica), enfim, correu o país. Sempre em contra-ataque, colocou em causa as capacidades de Mourinho quando este o substituiu no Leiria. Pôs voz grossa (na medida do possível) e disse que o Mourinho era um garoto que não conseguiria fazer melhor do que ele… hehehe. Para mal dos nossos pecados, está sempre na corrida para seleccionador nacional. Para nosso bem, nunca lá chegou. Anda a ganhar títulos lá pelo Egipto. Dizem-me que gostam muito dele… ainda bem. Ei-lo quando jogava no Beira-Mar, em 1977.

Cromo nº 4: Caio Cambalhota

José Carlos da Silva Lemos, nome de guerra: Caio Cambalhota. Entrou para o imaginário dos adeptos de futebol portugueses pelos golos que marcou ao serviço do Amora. O Amora era um clube simpático, mas chato. Levantava sempre muitas dificuldades ao Benfica, particularmente quando jogavam naquele pelado inenarrável da Medideira. Ora bem, Caio Cambalhota já tinha "nome feito" no Brasil antes de vir para o Amora, mas não fez grande coisa depois de ter de lá saído. A lenda deste jogador resume-se, em Portugal (pois no Brasil é diferente), a uma boa época, salvo erro em 1982. Foi nesta mesma época que este Caio pôs os adeptos do Amora a sonhar em pleno Estádio da Luz. Aos 5 minutos já o Amora ganhava com um golo de Caio Cambalhota. O Benfica lá acabou por ganhar por dois a um. Sendo que um dos golos foi marcado pelo Padinha (irmão de uma das “Doce”) e o outro pelo grande Nené. Nesse dia, um tal de José Carlos da Silva Lemos estava endiabrado e quase entrava para a história do futebol português. Mesmo tendo perdido esse jogo, a sua passagem por Portugal não foi inglória.
Aqui fica o “famoso” Caio Cambalhota… só o nome vale um post.

Já agora, a título de curiosidade, saiba que Caio Cambalhota é referido, devido ao seu irmão César, na Wikipédia. No entanto, fica também aqui a história dos "nomes" na família Lemos: o mais velho dos irmãos, César Lemos, ficou conhecido como César Maluco, devido ao seu comportamento em campo; Carlos (Caio) Lemos passou a ser oCambalhota, devido à forma como festejava os golos; Luís Lemos, por ser irmão do Caio Cambalhota, ficou conhecido como Luisinho Tombo.

Cromo nº 5: Ferenc Mészáros

Só me lembro de ver três bons guarda-redes a jogar no Sporting: Damas, Schmeichel e… Meszaros. Este húngaro veio para o Sporting no início da década de 80. Veio substituir guarda-redes fraquitos como Vaz, e frangueiros militantes como António Fidalgo. Este Meszaros, alto, pouco ortodoxo, bigodaça monumental, bom carácter e bom guarda-redes marcou uma fase no Sporting. Foi campeão (no tal campeonato que só se repetiria 18 anos depois) e era admirado por uma significativa franja de adeptos. No entanto, num processo mal explicado, Meszaros acabou por sair de Alvalade pela porta pequena, dando lugar a um dos maiores frangueiros que vi jogar (sim, o Ricardo ao pé dele é um grande guarda-redes), o igualmente húngaro Katzirz. Meszaros ainda continuou por Portugal, foi jogar para o Farense (emblema que ele defende nesta fotografia) e continuou a ser um guarda-redes respeitado. Em Portugal, o Sporting parece ter-se esquecido dele. Quem gosta de ver bons guarda-redes, recordar-se-á sempre deste Ferenc Meszaros.

[Textos da autoria de Pedro Ferreira in O Cromo dos Cromos].

[Dani]

Balacó - Só aquela pinta de sarrafeiro. xz Vê-se logo que era do Espinho.
Jesus - Mas reza a lenda que era um bom tecnicista. Reza também a lenda que ele disse que foi quem inventou a marcação à zona. xz
Manuel José - Treinador fraquinho mas metia sempre as equipas a vencer (excepto no Benfica). Foi o Jaime dos anos 90, teve de 1991 a 1996 no Boavista.
Caio Cambalhota - Bela pinta de craque. Marcar na Luz pelo Amora... Grande feito.
Mészaros - Belo guardião. O último grande guarda-redes húngaro antes do Király.

[stb1120]

(lembro-me de o ver jogar no Setúbal)

[Sobrado]

O Cromo dos Cromos | Semana #1:

Cromo nº 6: António Fidalgo

Depois de ter lido os comentários do post anterior, lembrei-me de um verdadeiro frangueiro: o incrível Fidalgo. Suplente como guarda-redes, suplente como comentador, tem o mérito de estar em todas, mas sempre como segunda escolha. Foi júnior no Benfica. Como sénior, andou pelo Glorioso, passou pelo Braga (foto), Sporting, Salgueiros (penso que ainda foi treinador no Salgueiros)… Para quem não se lembra, digamos que como guarda-redes era ligeiramente pior do que é como comentador. Falei com ele uma vez, numa passagem de ano em que ele, comentador desportivo, estava na festa a convite de um presidente de um clube da primeira divisão (também lá estava o Nuno Luz). Comecei a perceber o porquê da "isenção" de certos comentários.

[SIZE=4]Cromo nº 7: Albertino[/SIZE]

É um lobisomem? É uma vassoura? É um piaçaba? É o monstro das bolachas? É o abominável homem das neves? É o Albertino! Atrás de toda aquela pilosidade, mora um dos mais discretos jogadores do pontapé na bola. Albertino ganhou notoriedade no FCPorto e no Boavista. Chegou, inclusivamente, à Selecção Nacional. Albertino pendurou as botas em 1989 e agarrou-se aos pincéis. Pois é, Albertino, agora, é Albertino Eduardo, pintor. É filho do Mestre Fernando Ventura Pereira, pintor surrealista.
Reparem bem na pinta do moço. Parece-me que já há traços de surrealismo neste cromo. Ah! Os incríveis anos 70.

Cromo nº 8: José Rachão

Ei-lo, the one and only, José Rachão. Júnior no Benfica e sénior um pouco por todo o lado. Neste cromo estava Rachão a jogar no Académico de Viseu. Como treinador, conheci-o quando treinou a minha Académica de Coimbra. Simpático, afável, bonacheirão e acessível, era um treinador alheio a vedetismos. Simpatizei com ele. Só não gostei da partida que ele pregou ao meu Benfica na final da taça. Neste cromo, Rachão apresenta-se em pose típica dos anos 70. Pernoca aberta, sol na cara, cara perdida algures no meio dos pelos, barriguita a lembrar o GNR de aldeia, bracinho cruzado… enfim, está lá tudo. Faz-me lembrar uma figura da Marvel ou dos desenhos animados, mas não sei qual. Algures entre o Thor e o Barba Ruiva…

Cromo nº 9: Reinaldo

“UMA DA MANHÃ / UM TOQUE, UM BRILHO NO OLHAR / DUAS DA MANHÃ / DOIS DEDOS DE MAGIA/ ÀS DUAS POR TRÊS / QUEM SABE ONDE ISTO IRÁ PARAR / QUATRO DA MANHÃ CAINDO / UM LUAR DE LUA LINDO / UMA GOTA A MAIS / E O CHÃO IA FUGINDO / (REFRÃO) / UMA DA MANHÃ BEM BOM / DUAS DA MANHÃ BEM BOM / JÁ TRÊS DA MANHÃ BEM BOM / QUATRO DA MANHÃ BEM BOM / CINCO DA MANHÃ BEM BOM / JÁ SEIS DA MANHÃ BEM BOM / SETE DA MANHÃ BEM BOM / OITO DA MANHÃ BEM BOM / CAFÉ DA MANHÃ P’RA DOIS / SEM SABER O QUE VIRÁ DEPOIS BEM BOM / CINCO DA MANHÃ / AI SIM CORAÇÃO SIGO / O BATER DAS SEIS / E MEIA DE LOUCURA / SETE DA MANHÃ OUVINDO UM DISCO ANTIGO / «HOJE É O PRIMEIRO DIA / DO RESTO DA TUA VIDA» / SÃO HORAS A MAIS / E JÁ NÃO HÁ SAÍDA”
Letra da música "Bem Bom" das Doce.

Maurício Zacarias Reinaldo R. Gomes foi avançado no Benfica, onde chegou a ser titular. Passou, inclusivamente, pela Selecção Nacional. A sua carreira caiu vertiginosamente com a sua saída do Benfica. Passou pelo Boavista e depois... desapareceu. Lembro-me de ter visto uma reportagem sobre o Águeda, quando já se arrastava pela terceira divisão, e um dos jogadores era o Reinaldo. Não sei o que lhe aconteceu, mas sei que é um daqueles nomes que, quando é pronunciado, provoca sempre um sorriso malandro.

Cromo nº 10: Joaquim Rocha

Joaquim Rocha, nome presente em muitos dos campeonatos da primeira divisão disputados entre meados de 70 e meados de 80, destacou-se, particularmente no Vitória de Guimarães, onde chegou na época 79/80. No entanto, esta fotografia é de quando jogava no Académico de Viseu.
Já o cromo do Rachão também veio desta equipa. Imaginem como seria ver estes meninos com este lindo aspecto em campo.

[Textos da autoria de Pedro Ferreira in O Cromo dos Cromos].

[Almeida]

Belo bigode Meszaros

[Sobrado]

Semanalmente vou postar 10 cromos por ordem cronológica do site. E vamos votar no melhor cromo da semana! Votem em cima!

[Dani]

Claramente Albertino, ganda hipster.

[Sobrado]

Votei Albertino, também. Que personagem incrível.

[Kurt Cobain]

Votei José Rachão. A barriga de cerveja parte tudo!

[Dani]

António Fidalgo - Mora(va) a 500m da casa dos meus pais. Grande homem. E até não desgosto dele como comentador desportivo. xz
Albertino - Epá. melhor penteado, etc. Um dos protagonista da grande rivalidade entre Boavista e Porto também, nos fins dos 70s e inícios dos 80s.
Rachão - Grande taça que ganhou ao Benfica. Pena que não tenha feito mais nada.
Reinaldo - LOOOOL reza a lenda que estroncou o cagueiro a uma das Doce e esta teve de ir para o hospital. Fds. xzxz
Joaquim Rocha - Já ouvi falar mas não sei demais sobre ele. =(

[Sobrado]

LOL, Reinaldo, foda-se. xz xz

[Mingos]

Voto, obviamente, Reinaldo. Só de pensar que ele estroncou o cu a uma Doce...